Alexandre de Moraes apresentou a proposta para comandantes das PMs de 23 estados.
Preocupado com a eclosão de episódios violentos nos dias de eleição (2 e 30 de outubro), o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) discutiu com os chefes das polícias militares a possibilidade de a Corte proibir o porte de armas para a categoria de Caçadores, Atiradores e Colecionadores (CACs). A “eventual restrição” incluiria ainda o “treinamento e o transporte” de armas.
O número total de CACs no Brasil chega a quase 700 mil pessoas, superando o efetivo de militares e PMs. A categoria tem sido beneficiada pelo governo Bolsonaro, que ampliou o acesso aos equipamentos e reduziu restrições de circulação. Nos últimos anos, explodiu a criação de clubes de tiros no país, muitos deles uma fachada para facilitar que as pessoas circulem com armas.
A “proibição da circulação de pessoas portando armas e a entrada nos locais de votação e sessões eleitorais” consta de um pedido feito por nove parlamentares de oposição para o TSE em julho. O tema deve ser analisado na próxima semana.
“Na reunião de ministros do TSE com comandantes das PMs, também foi acertada a instalação de um núcleo de inteligência na Presidência do TSE, com seis integrantes: três indicados pela Corte e três pelo Conselho Nacional de Comandantes Gerais (CNCG). Esse órgão vai analisar informações produzidas pelas PMs de todo o país relacionadas à segurança das eleições”, informa reportagem de O Globo.
“Cada um dos comandantes foi enfático, em uníssono, em externar que as tropas estão sob controle. Nós temos tropas ordeiras, disciplinadas. Como militares que somos, nós temos os pilares da hierarquia e da disciplina”, disse o comandante da PM de Rondônia, coronel James Padilha, em entrevista após o encontro.
Vale lembrar que a insurreição golpista, se vier, deve contar, além dos CACs, com o suporte da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que teve ampliados seus recursos e pessoal nos últimos anos e passou a atuar na repressão longe das rodovias e até a promover chacinas, graças a mudança na legislação sobre suas atribuições.
Fonte: O Globo (acesse aqui)
Autor: Eduardo Gonçalves e Mariana Muniz
Publicado em: 24/08/2022