Steve Bannon e outros aliados de Trump atacam eleições brasileiras. Eduardo Bolsonaro tem articulação intensa com extrema-direita mundial.
“Houve fraude lá, definitivamente houve fraude lá”, disse, no dia seguinte à votação, Matthew Tyrmand, conselheiro de uma organização conservadora que usa câmeras secretas para intimidar e expor jornalistas. Participava de um podcast criado por Steve Bannon, ex-estrategista de Donald Trump e amigo da família Bolsonaro. Os dois levantaram suspeitas sobre os resultados das eleições brasileiras. Tyrmand mencionou que as primeiras urnas apuradas davam vantagem a Jair Bolsonaro e citou os vários bolsonaristas eleitos para o Senado como indício de que os votos para presidente teriam sido roubados. “Isso não foi limpo, isso não parece limpo, não cheira limpo”, disse.
Bannon acrescentou que seria “matematicamente impossível” Bolsonaro perder tendo eleito tantos senadores. “Muito está em jogo e é por isso que estamos cobrindo isso tão intensamente”.
A extrema-direita mundial de fato se dedica intensamente à reeleição de Bolsonaro, inclusive com farto investimento financeiro. Por seu tamanho e população, o Brasil é considerado um bastião essencial para manter a força do movimento. Depois da derrota de Trump, os extremistas de direita governam Hungria e Polônia, e recentemente venceram as eleições na Itália (que no entanto tem histórico de variadas trocas de governo). “A extrema direita mundial vai fazer o que for necessário para Jair Bolsonaro vencer a eleição“, avisou, em julho, Jamil Chade. “A extrema direita brasileira não é dependente de redes internacionais, mas, pelo contrário, é estruturante“, falou à Sputnik um especialista, na mesma época, sob anonimato.
Fonte: Agência Pública (acesse aqui)
Autor: Laura Scofield
Publicado em: 03/10/2022