Moisés Mendes – Brasil 247 – 18/10/22
Para o jornalista Moisés Mendes, chegamos ao estágio final, e mais baixo, da distopia bolsonarista – construída por uma enxurrada irrefreável de mentiras propagadas nas mídias da extrema-direita, nas igrejas, no WhatsApp.
“O que vem aí, e será sentido principalmente na última semana da campanha, é a fake news de última geração das milícias digitais”, alerta.
A Justiça já perdeu
A aguardada atuação de Alexandre de Moraes frente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – que prometia coibir a fábrica de fakes news cuja primeira e assustadora atuação foi revelada ao Brasil em 2018 – é claramente insuficiente frente à escala, à velocidade e ao poder financeiro do fenômeno em 2022.
“Quando disse que não iria permitir de novo a propagação de fake news, logo depois do julgamento das ações contra a chapa Bolsonaro-Mourão no TSE, há exatamente um ano, Alexandre de Moraes não imaginava o que o esperava.
A chapa foi absolvida pela Justiça Eleitoral, mas ficou a advertência do ministro: desta vez passou, mas na próxima não haverá perdão. Haverá cadeia, alertou Moraes.
Não há cadeia para tanta gente. Não há como prender. Não há nem verdades suficientes para combater tantas mentiras.
Não há escrúpulos capazes de conter a avalanche de afrontas ao que nos sobra de democracia.
Não há ameaça de Moraes que amedronte milhões mobilizados na disseminação de fake news. Porque o terror não mais é representado apenas pelo núcleo ao redor de Bolsonaro.”
Massacre final
“O massacre final tem pelo menos 10 dias para acontecer. Se as milícias, os empresários que ameaçam empregados e os tios do zap forem derrotados com Bolsonaro, talvez tenhamos alguma punição para os mais fracos.
Se vencerem, nem uma dúzia de Alexandres de Moraes será capaz de pegá-los. Nunca mais.”
Fonte: Brasil 247 (acesse aqui)
Autor: Moisés Mendes
Publicado em: 18/10/2022