Golpistas invadem Congresso, STF e Planalto

Fomentada pelo bolsonarismo há anos, agressão inédita aos Poderes não foi contida pela PM-DF. Lula decreta intervenção.

Milhares de extremistas bolsonaristas invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e a sede do Supremo Tribunal Federal (STF) na tarde de 8 de janeiro, um domingo.

Há dias, circulavam nas redes sociais convocações para caravanas com centenas de ônibus rumo a Brasília. O tom era assumidamente violento. O ato chegou a ser chamado de “tomada do Poder”.

A Abin (Agência Brasileira de Inteligência) produziu diversos alertas acerca do risco iminente de ataques a prédios públicos pelos radicais bolsonaristas. Os alertas são distribuídos para todos os integrantes do Sisbin (Sistema Brasileiro de Inteligência), rede que une 48 órgãos em 16 ministérios.

Mas as forças de seguranças não fizeram frente ao ataque. Escoltados pela Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF), milhares de manifestantes caminharam por mais de uma hora rumo à Praça dos Três Poderes sem impedimentos. Após as invasões, forças de segurança dispersaram os manifestantes com gás lacrimogêneo. Ao longo da noite, foram realizadas centenas de prisões. Nenhum dos terroristas foi ferido e alguns chegaram a usar livremente o celular dentro de ônibus da PM depois de detidos.

O presidente Lula decretou intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal, responsabilizou Bolsonaro pelo golpismo no país e chamou os invasores de fascistas.

A Advocacia Geral da União (AGU) solicitou ao STF a prisão do então secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro. Antes da anunciada invasão, Torres viajou para a Flórida, nos Estados Unidos, onde também está Bolsonaro. Ele foi exonerado do cargo após os atos terroristas.

A AGU pediu ainda que o Supremo determine às plataformas de redes sociais que excluam e suspendam a monetização de perfis que transmitiram ou promoveram os atos de invasão e depredação de prédios públicos.

“Lula não foi eleito pelo povo”

Dois dias depois da tentativa de golpe, Jair Bolsonaro postou no Facebook o vídeo de um procurador bolsonarista com a seguinte legenda: “Lula não foi eleito pelo povo, ele foi escolhido e eleito pelo STF e TSE”. Horas depois, excluiu a postagem. Mas foi o suficiente como comando para manter a mobilização dos seus seguidores e estimular novas ondas de violência.

Fonte: UOL (acesse aqui)

Autor: UOL

Publicado em: 08/01/2023