Funcionários e fornecedores são chantageados com demissão, fechamento de postos e redução de investimentos. Ministério Público investiga.
Crescem denúncias de que empresas estão chantageando fornecedores e empregados para que votem em Bolsonaro. Em apenas um dia, após o primeiro turno das eleições, o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Defensoria Pública da União (DPU) foram notificados de três casos semelhantes, envolvendo assédio moral e possível crime eleitoral.
“Em se mantendo este mesmo resultado [vitória de Lula] no 2º turno, a empresa deverá reduzir sua base orçamentária para o próximo ano em pelo menos 30%”, diz uma carta da empresa gaúcha Stara, de máquina e implementos agrícolas, a seus fornecedores. No mesmo estado, a empresa Extrusor, ligada à indústria de plástico, enviou carta ameaçando cortar contratos.
No interior do Pará, um empresário foi filmado coagindo funcionários a votarem em Bolsonaro. “Eu sei que aqui nem todo mundo é Lula, mas nós tem que se unir para que ele não ganhe [sic]”, diz o patrão aos trabalhadores. Ele diz que fechará a empresa em caso de vitória do PT, e oferece 200 reais para cada funcionário se Bolsonaro vencer a eleição.
Os casos se juntam a diversos relatos de assédio trabalhista com motivação eleitoral nos últimos meses. Em conversa de Whatsapp, fazendeiro mineiro se gabou de ter demitido três trabalhadores por serem “petistas” e disse que a prática é comum na região. “Os empregadores aqui, agora, a primeira coisa que pergunta é: ‘Você é petista ou bolsonarista’. Só pega petista depois que os bolsonarista tiver tudo trabalhando”. No final de agosto, a empresária, socialite e latifundiária baiana Roseli D’Agostini Lins pediu pelas redes sociais que agricultores “demitam sem dó” funcionários que votarem em Lula. Grandes empresários flagrados no Whatsapp defendendo golpe também defenderam a ideia.
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Fonte: Piauí (acesse aqui)
Autor: Amanda Gorziza, Luigi Mazza e Fernanda da Escóssia
Publicado em: 04/10/2022