Empresários flagrados defendendo golpe

Em grupo de WhatsApp, mencionam até derramamento de sangue. Alexandre de Moraes determina busca e apreensão.

O ministro do Supremo Tribunal federal (STF) Alexandre de Moraes determinou à Polícia Federal que realize buscas e apreensões nos endereços de oito empresários flagrados apoiando um golpe militar em um grupo de WhatsApp.

A reação é fruto da reportagem publicada pelo jornalista Guilherme Amado no site Metrópoles. Amado acompanhou um grupo de WhatsApp que incluía Luciano Hang (Havan), Afrânio Barreira (Coco Bambu), José Isaac Peres (shoppings Multiplan), José Koury (Barra World Shopping); Ivan Wrobel (W3 Engenharia), Meyer Nigri (Tecnisa), Vitor Odisio (Thavi Construction), Carlos Molina (Polaris), André Tissot (Grupo Sierra) e Marco Aurélio Raymundo, o Morongo (Mormaii).

“Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”, escreveu José Koury em 31 de julho.

“O STF será o responsável por uma guerra civil no Brasil”, postou Nigri. “O TSE é uma costela do Supremo, que tem 10 ministros petistas”, atiçou Peres. O grupo compartilha conspirações contra o Judiciário e o sistema eleitoral, enquanto alimenta a esperança de ver o Exército tomando o poder à força.

As manifestações marcadas para 7 de setembro seriam um marco de virada. “Quero ver se o STF tem coragem de fraudar as eleições após um desfile militar na Av. Atlântica com as tropas aplaudidas pelo público”, provocou Wrobel. “O 7 de setembro está sendo programado para unir o povo e o Exército e ao mesmo tempo deixar claro de que lado o Exército está”, reforçou Morongo.

Segundo a reportagem, o gaúcho Morongo é um dos mais extremistas e acha que o Brasil já está em guerra, contra os adversários de Bolsonaro. “Golpe foi soltar o presidiário!!! Golpe é o ‘supremo’ agir fora da constituição! Golpe é a velha mídia só falar merda”. E vai além: ““Se for vencedor o lado que defendemos, o sangue das vítimas se tornam [sic] sangue de heróis!”.

Se dependesse de Tissot, Bolsonaro seria ditador há tempos: “O golpe teria que ter acontecido nos primeiros dias de governo. [Em] 2019 teríamos ganhado outros 10 anos a mais”, publicou.

No mesmo grupo foi sugerido o crime eleitoral de pagar bônus para que os funcionários das empresas votem em Bolsonaro.

Fonte: Metrópoles (acesse aqui)

Autor: Guilherme Amado

Publicado em: 17/08/2022