Voluntários quase dobraram nestas eleições. Movimento atípico levanta temor de uma orquestração de bolsonaristas para criar tumulto nos locais de votação.
Técnicos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspeitam que tenha havido inscrição combinada de mesários voluntários para as eleições de 2022.
Houve recorde de inscrições neste ano: do total de 2 milhões de mesários que atuarão nas eleições, 830 mil (ou 48%) se apresentaram de forma voluntária. É quase o dobro de voluntários da eleição anterior, quando houve 430 mil voluntários.
Nas redes bolsonaristas circulam conspirações sobre fraudes nas urnas eletrônicas, e decisões recentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vêm sendo fortemente atacadas, como a determinação de que o eleitor deve deixar o aparelho celular com os mesários e a proibição do porte de armas. Seguidores do presidente tem declarado que se recusarão a entregar o celular antes de ir à urna. O próprio Bolsonaro chamou a decisão de “mais um abuso do TSE” – segundo ele, o tribunal é responsável por “várias medidas que prejudicam o nosso lado”.
Nas eleições de 2018 e 2020, vieram a público diversos casos de selfies e até de armas nas cabines de votação. Vídeos gravados dentro das cabines (o que é ilegal) alimentaram conspirações sobre urnas fraudadas – como a de uma urna que completava sozinha o número 13 depois que o eleitor apertava a tecla 1.
Além dos riscos de uso de celulares e armas nos locais de votação, militantes bolsonaristas ocupando a função de mesários poderiam, em certas localidades, constranger ou mesmo ameaçar eleitores de esquerda.
Fonte: Metrópoles (acesse aqui)
Autor: Guilherme Amado
Publicado em: 25/09/2022