Os 7 erros de Bolsonaro no blefe do golpe

Ação improvisada e presidente vacilante tornaram o caso Jefferson um tiro no pé do golpismo. Agora só restam as urnas.

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José Roberto de Toledo lista, no UOL, a série de erros que desmoralizou a tentativa de mobilizar bolsonaristas contra a Justiça, e transformou o ataque de Roberto Jefferson a policiais federais em episódio destrutivo para os planos do presidente.

1. O atentado foi improvisado

Se o plano era desencadear uma onda de reações violentas, fracassou. Ficou claro que era blefe.

2. Bolsonaro tentou ganhar tempo

Ao mandar o ministro da Justiça negociar a rendição, colocou o governo no centro do atentado e provocou indignação na federação que representa os policiais.

3. Não houve coordenação da matilha digital

“Cada bolsonarista atirou para um lado. Acertaram os pés uns dos outros”. Bolsonaro e Jefferson perderam a batalha das redes.

4. Vacilação mostrou falta de liderança

“Após cinco horas de procrastinação, sem saber direito o que fazer, Bolsonaro gravou vídeo chamando Jefferson de bandido. Aliados que simpatizam com a ideia de quebra da ordem democrática sabem agora que não podem contar com o presidente se a coisa apertar. Bolsonaro pode se voltar contra eles ao primeiro sinal de dificuldade. Não é confiável. O silêncio dos militares da ativa também foi eloquente”.

5. Liberar armas é ameaça aos policiais

Esta foi a lição evidente do atentado cometido por um “bandido de bem” contra forças de segurança que cumpriam ordem judicial. “Os tiros e explosões abriram 22 buracos no principal discurso bolsonarista sobre segurança pública”.

6. Confraternização pegou mal

O vídeo de um policial conversando sorridente com o autor do atentado projetou a imagem de que o governo Bolsonaro é mole com bandido.

7. Possível onda bolsonarista perdeu ímpeto

“O atentado e o envolvimento do governo criaram um constrangimento para quem cogitava mudar de voto”.

E Toledo conclui: “Por sua reação vacilante, Bolsonaro enfraqueceu o blefe do golpe. Sobra-lhe a urna”.

Fonte: UOL (acesse aqui)

Autor: José Roberto de Toledo

Publicado em: 24/10/2022