Embaixadas se preparam para reconhecer rapidamente o vencedor das eleições, mas militares desenham o pior cenário: confrontos nas ruas e conflitos entre Poderes, com intervenção das Forças Armadas.
Em coluna no jornal Valor, Daniel Rittner resume movimentos atuais entre as chancelarias em Brasília e bastidores de conversas de militares da alta cúpula. “Não amamos o Lula, mas respeitamos a Constituição”, teria respondido um general da ativa a uma consulta de ex-ministro da Defesa sobre risco de golpe.
As “pouco habituais” notas públicas em defesa do sistema eleitoral brasileiro emitidas pelos Estados Unidos e pelo Reino Unido revelam o grau de preocupação da comunidade internacional com possível rompimento da ordem legal. Segundo o colunista, há “uma articulação incipiente entre diplomatas de outros países em Brasília para convencer suas capitais a agir rapidamente no dia da eleição” para cumprimentar o ganhador.
Do lado dos militares, cogitam-se cenários em que a manutenção da ordem sairia de controle. Uma vitória apertada de Lula no primeiro turno, por exemplo, poderia levar milhões de bolsonaristas às ruas alegando fraude, ao que responderiam os apoiadores do vencedor. “Talvez um tiro baste para a catástrofe”. PMs simpáticas a Bolsonaro não conseguiriam atenuar os confrontos, e a necessidade de acionar as Forças Armadas poderia colocar em choque os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
“Para evitar um impasse institucional de proporções históricas (…) é preciso que todos sejam claros – e rápidos – na defesa da democracia”, conclui Rittner.
Fonte: Valor (acesse aqui)
Autor: Daniel Rittner
Publicado em: 27/07/2022