Após o primeiro turno, registros passaram de 45 para 334 e superam em muito o total de 2018.
Diariamente, as redes sociais e a imprensa fazem chegar ao conhecimento público flagrantes de patrões ameaçando funcionários com demissões e cortes de investimentos caso Bolsonaro não seja reeleito.
Dados do Ministério Público do Trabalho (MPT) revelam que, apenas no período do segundo turno da campanha, já são 334 denúncias de assédio eleitoral. No primeiro turno foram 45, o que significa que os casos conhecidos multiplicaram-se sete vezes. O total já supera muito as denúncias de 2018, que chegaram a 212 casos.
O MPT em Minas Gerais, por exemplo, não havia recebido nenhum caso de assédio eleitoral até o primeiro turno das eleições. Desde então, o órgão registrou 60 episódios (outros 10 estão sob sigilo, totalizando 70 no estado).
Para estimar a dimensão da ocorrência desses crimes, deve-se levar em conta a subnotificação: justamente por se tratar de coação e ameaça, é de se supor que a maior parte dos casos não chegue a ser notificada ao Ministério Público.
Algumas denúncias resultaram em punição.
Na Bahia, a ruralista Roseli Vitória, que incentivou em suas redes sociais que empresários “demitam sem dó” quem votar no ex-presidente Lula, firmou acordo extrajudicial comprometendo-se a custear campanhas de rádio reforçando a liberdade do voto e a ilegalidade da coação empresarial. Também postou retratação em suas redes sociais.
No Pará, o empresário Maurício Lopes Fernandes Júnior foi multado em R$ 150 mil, terá de pagar R$ 2 mil a cada funcionário ameaçado, assinar carteira de trabalho dos empregados sem registro e divulgar um vídeo se retratando pela atitude.
Fonte: Folha de SP (acesse aqui)
Autor: Thaísa Oliveira
Publicado em: 18/10/2022