Fantasmas de intervenção militar saíram do armário

Contra-almirante Antonio Nigro afirma haver um “histrionismo no ambiente político que é fruto do medo como instrumento”.

Escreve a colunista Miriam Leitão: “Em bases quase diárias há meias palavras, ambiguidades, vazamentos de conversas, ameaças. Elas vêm do presidente da República, do ministro da Defesa, de comandantes das Forças, de militares do governo Bolsonaro. Alguns desses militares foram para o governo quando eram da ativa e falam como se ainda representassem as tropas”.

O historiador Carlos Fico teme as consequências do agravamento de episódios violentos: “Imagine que haja incapacidade de controle do tumulto e o presidente do STF tenha que solicitar um decreto de Garantia da Lei e da Ordem e o presidente da República não baixe o decreto. Haveria um debate jurídico no meio de um tumulto?”. Ele identifica “uma dificuldade das elites políticas brasileiras de enfrentar os militares”.

O contra-almirante Nigro diz que “ninguém sabe o que significa o silêncio eloquente dos militares do serviço ativo” e menciona o ambíguo artigo 142 da Constituição, que prevê intervenção militar a pedido dos outros Poderes. Mas “acredita que os militares não vão interferir nas eleições”.

Fonte: O Globo (acesse aqui)

Autor: Miriam Leitão

Publicado em: 14/07/2022