Manifesto coordenado pela Fiesp veio tardiamente, mas é imprescindível para esvaziar os delírios bolsonaristas.
Depois de três anos assistindo inerte ao presidente nos transformar em “uma subdemocracia em apuros”, enfim a indústria e o setor financeiro se posicionam do lado certo da história. Pesou a mudança de direção da Fiesp? Pode ser, mas o compromisso de 106 entidades de peso para o PIB e com ampla representatividade civil revela um desembarque contundente.
“O establishment chuta Bolsonaro porque passou a enxergar nele um cachorro semimorto, cujo rosnado atrapalha os negócios”, escreve Josias de Souza.
“Com uma taxa de rejeição rodando nas pesquisas acima dos 50% e sem a muleta do baronato, o Apocalipse de Bolsonaro vai ganhando uma aparência de confusão mequetrefe de um presidente destrambelhado”.
No Brasil de Fato, Vinicius Konchinski também detalha o desembarque de “bancos, indústria e setores do agro” do barco à deriva do bolsonarismo às vésperas da eleição.
“O empresariado percebeu que se trata de um governo desastroso. Não há interesse do empresariado em estar num país com um governo desastroso”, diz Cláudio Gonçalves Couto, da FGV. “Também não há interesse numa ruptura institucional”.
Nem todo o capital, no entanto, largou o osso podre do golpista, que ainda dá lucro para muitos. André Roncaglia, economista e professor da Unifesp, lembra que o presidente ainda tem apoio de setores do comércio, do agronegócio e do mercado de capitais. “Muita gente lá na Faria Lima sente que seu patrimônio melhorou”, disse. “Eles ainda confiam no Bolsonaro e na agenda econômica que o ministro Paulo Guedes representa”.
Fonte: UOL (acesse aqui)
Autor: Josias de Souza
Publicado em: 06/08/2022