Celso Rocha de Barros – Folha de S. Paulo – 05/09/22
“É triste que nosso bicentenário seja comemorado como uma festa em homenagem não ao Brasil, mas ao pior líder que o país já teve”, aponta o colunista da Folha.
Na véspera do 7 de setembro, “ainda não se sabe o quanto o ato de quarta-feira será comício e o quanto será tentativa de golpe: só se sabe que será uma mistura dos dois, e que crimes serão cometidos. Golpe de Estado é proibido, usar as Forças Armadas em comício também”.
Celso Rocha de Barros imagina que Bolsonaro deve estar em dúvida quanto a qual caminho tomar. Se estivesse liderando as pesquisas, poderia deixar o discurso golpista de lado e dedicar-se à eleição. Se a vantagem de Lula fosse intransponível, o jeito seria radicalizar de vez. No contexto atual, precisa ter um pé em cada canoa. “Não é fácil tentar um golpe de Estado e fazer uma campanha eleitoral ao mesmo tempo“.
Seja como for, “a única opção que Jair não tem é falar a verdade: como candidato à reeleição, não tem nada a dizer sobre seu governo que seja ao mesmo tempo bom para o Brasil e verdade. Como golpista, só lhe resta entregar a seus seguidores as teorias conspiratórias mais alucinadas sobre inimigos da liberdade. Se falasse a verdade, teria que admitir que o inimigo da liberdade é ele”.
Fonte: Folha de SP (acesse aqui)
Autor: Celso Rocha de Barros
Publicado em: 05/09/2022