Autoridades atacam institutos de pesquisa e levam radicais a contestar a eleição. No ano, houve ao menos 40 homicídios políticos. 40% dos brasileiros acreditam que pode haver fraude nas urnas.
Haverá uma versão brasileira da invasão do Capitólio? As mentiras que circulam sobre as urnas e o processo de totalização de votos vão oxigenar o ódio? A violência política pode tomar as ruas do país?
A jornalista Cristina Tardáguila propõe as perguntas e responde: sim, sim e sim.
Já passamos da fase dos alertas: a violência está nas ruas e seus instigadores não dão sinal de que abandonarão a estratégia de alimentar a desconfiança das pesquisas e das urnas. Pelo contrário: dobram a aposta no caos. Do presidente-candidato o discurso de suspeita quanto ao sistema eleitoral já vem de anos. Atacar a democracia sempre foi a marca de sua trajetória política. Nos últimos dias, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e o ministro das Comunicações, Fábio Faria, falaram em punir e até fechar institutos de pesquisa.
Segundo o Observatório da Violência Política e Eleitoral (OVPE) da UniRio, somente em 2022 houve 40 assassinatos por motivações políticas no Brasil. A partir de 2018, homicídios por divergências partidária e ideológica tornaram-se mais frequentes.
Nos Estados Unidos de 2021 (pós-eleição), 58% dos votantes acreditavam na vitória de Joe Biden e 42% tinham alguma dúvida sobre o resultado. No Brasil, 40% da população acha possível haver fraude nas urnas. “O espírito está armado”, conclui Tardáguila.
A jornalista apresenta informações básicas para rebater os ataques às urnas:
- A urna eletrônica é – sim – auditável. O processo tem 10 etapas. Partidos, Ministério Público e Polícia Federal podem participar.
- As urnas não podem ser violadas e não houve fraude em eleições passadas.
- Mesmo que um hacker invada o TSE, a eleição não será afetada.
Fonte: UOL (acesse aqui)
Autor: Cristina Tardáguila
Publicado em: 23/09/2022