“BOLSONARO PERCA OU NÃO, DEMOCRACIA ESTARÁ SOB ATAQUE.”

Reinaldo Azevedo – UOL – 12/08/22

“E na gente deu o hábito/ De caminhar pelas trevas/ De murmurar entre as pregas/ De tirar leite das pedras/ De ver o tempo correr”.

Reinaldo Azevedo cita “A rosa dos ventos”, de Chico Buarque, para falar da “estupefação que sentimos”, que por vezes “é tal que acabamos nos acabrunhando”. “Mas lá também se fala de um despertar. Precisávamos acordar porque a democracia está sob ataque”.

A resistência faz-se necessária porque “vivemos ameaças cotidianas e permanentes de golpe de Estado. Infelizmente, o candidato a tirano arrastou para essa aventura ensandecida um pedaço das Forças Armadas. O perigo é real”.

E o golpe, ele lembra, já está em andamento, pois o presidente e seus exércitos reais e virtuais atacam tanto as instituições que as fazem de reféns, incapazes de reagir a ilegalidades. Foi o que aconteceu com a liberação bilionária de recursos em ano eleitoral, que já surtiu efeito para a recuperação de Bolsonaro nas últimas pesquisas. “As eleições deste ano não ocorrerão sob o signo da normalidade. Teremos um pleito sob a égide de duas PECs que são inconstitucionais, além de desrespeitar, no caso da dos benefícios sociais, a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei Eleitoral. Assim, violações da ordem legal já estão em curso”. Encurralado, o STF não impediu esses crimes.

Está evidente para qualquer democrata que o bolsonarismo é o fascismo em sua mais bem-sucedida versão na história brasileira. Por isso, não vai parar com as eleições: ganhando ou perdendo nas urnas, a ameaça continua. “Temos de nos preparar para defender a ordem democrática, qualquer que seja o resultado”.

Se Bolsonaro vencer, continuará a golpear as instituições. O alvo principal é o Supremo: “seguirá o receituário da extrema-direita mundo afora e tentará emparedar a Justiça. Uma das ideias é aumentar o número de ministros do tribunal”.

Se for Lula a ganhar, a cadela do fascismo continuará no cio. “Será preciso que a sociedade se organize para proteger o regime democrático”.

Fonte: UOL (acesse aqui)

Autor: Reinaldo Azevedo