Proarmas, a entidade mais representativa do setor, faz sorteios camuflados para atrair novos membros. Número de CACs no Brasil supera o de militares e PMs.
Sortear armas de fogo e munições é proibido por decreto governamental de 1972 e portaria do Ministério da Economia de 2020, mas a associação Proarmas usa códigos como “guarda-chuva” e “furadeira” para anunciar os sorteios entre novos “caçadores, atiradores e colecionadores” (CACs) que se afiliarem.
O Proarmas é presidido por Marcos Pollon (PL-MS), aliado de Eduardo Bolsonaro e articulador de um bloco de candidaturas que visa eleger uma “bancada de CACs” para o Congresso nas próximas eleições.
A explosão de registros de CACs sem o devido controle de antecedentes e várias medidas do governo para facilitar a aquisição de armamentos e munições vem resultando no aumento do arsenal de traficantes, milicianos e outros grupos criminosos. O movimento armamentista é um dos pilares do apoio a Jair Bolsonaro, cujo discurso golpista prega que seus seguidores peguem em armas e “deem a vida” caso ele seja derrotado nas eleições.
Existem hoje mais de 673 mil CACs registrados no país. Em 2018, eram cerca de 117 mil. Já as PMs dos estados contam com um total de 406 mil policiais. O contingente das Forças Armadas é 360 mil homens.
Fonte: Estadão (acesse aqui)
Autor: Vinícius Valfré
Publicado em: 28/07/2022