“A ESCOLHA DE OUTUBRO NÃO É ‘MAIS UMA’ ELEIÇÃO, ASSIM COMO O FASCISMO NÃO É ‘MAIS UMA’ IDEOLOGIA E BOLSONARO NÃO É ‘MAIS UM’ CANDIDATO.”

Normando Rodrigues – Revista Fórum – 13/09/22

A série de crimes recentes perpetrados por bolsonaristas deixa evidente o caldo de cultura extremista e violento do movimento.

No emblemático dia 7 de setembro, em Confresa (MT), Rafael Silva de Oliveira matou Benedito Cardoso dos Santos com 15 facadas, uma delas em um olho. “E o bolsonarista, ao perceber o esfaqueado teimosamente vivo, o liquidou com um golpe de machado no pescoço, na intenção de o decapitar. Orgulhoso do feito, o bolsonarista filmou o cadáver mutilado”.

A crueldade de Cássio Cenali, de Itapeva (SP), foi de outra ordem, mas repercutiu fortemente: ao distribuir marmitas para pessoas com fome, ele perguntou à diarista Ilza Ramos Rodrigues em quem votaria. Ao ouvir que será em Lula, o bolsonarista decidiu não mais doar alimento à mulher, e ainda filmou e postou sua ação.

“Com a mesma lógica um grupo de bolsonaristas em Copacabana, ainda no 7 de setembro, respondeu ao pedido de ajuda de um menino de 11 anos em andrajosa camiseta vermelha, com um desalmado ‘se ele é Lula, se ele está de vermelho, então merece passar fome’”.

O colunista argumenta que tais atitudes desumanas não nascem no vácuo: são impulsos encorajados por discursos extremistas de líderes intolerantes e cruéis. No dia 13 de setembro, o deputado estadual Douglas Garcia, de São Paulo, assediou a jornalista Vera Magalhães nos estúdios onde foi gravado um debate com os candidatos ao governo estadual. Filmando a própria ação, chamava a jornalista de “vergonha”. Foi a mesma expressão usada por Bolsonaro contra Vera no debate presidencial, duas semanas antes. As palavras e exemplos do líder fazem escola e multiplicam-se na sociedade. Bolsonaro não se cansa de repetir que adversários são “inimigos” e “diábolicos” e como tal devem ser “extirpados”, “metralhados”, aniquilados.

“Há um grande fio condutor entre Mussolini, Hitler, Bolsonaro, o assassino Rafael, o empresário Cenali e os humilhadores de pobres do 7 de setembro. Todos tinham antecedentes criminais em homicídios ou tentativas, sonegação de impostos, fraudes, agressões a mulheres, estupros, pedofilia, etc. No Brasil, formam uma longa fila de pervertidos, nutridos e expelidos pela cloaca máxima da sociedade, a boca de Bolsonaro”.

Fonte: Revista Fórum (acesse aqui)

Autor: Normando Rodrigues

Publicado em: 13/09/2022